Capitão América: I'm afraid of americans*

Inflitrado nos Cães de Guarda, grupo extremista paramilitar liderado pelo desequilibrado Capitão América dos Anos 50 no estado do Idaho, Bucky Barnesacabou capturado, assim como seu parceiro, o Falcão. Vendo tudo isso como sua responsabilidade, o atual Sentinela da Liberdade busca neutralizar seus planos, oriundos de uma visão distorcida do nacionalismo norte-americano, como pudemos nas partes finais do arco Duas Américas, em Novos Vingadores 88 e 89, com roteiros de Ed Brubaker e arte de Luke Ross.

Na terceira parte, o choque sobre a interpretação do símbolo que vestem é a tônica do confronto entre Bucky e falso Capitão. Este último, ameaçando assassinar o Falcão, obriga Barnes a usar seu velho uniforme da Segunda Guerra, em uma insana recriação da dupla.

Transportado em um trem, o Falcão recobra a consciência e, mesmo sabendo que o país enfrenta problemas reais, enxerga nos Cães de Guarda o pior tipo de solução: autoritarismo, xenofobia, militarismo e violência. Subestimado por seus dois carcereiros, acaba escapando com certa facilidade e ajuda do fiel Asa Vermelha.

Desconfiado a partir da conversa que ouvira poucos segundos antes, e sem o dispositivo em seu traje que o permite voar, Sam resolve verificar o que aquele trem transporta. Acaba, com isso, enfrentando muito mais soldados do que aqueles que o guardavam. Porém, tendo sido um excelente pupilo de Steve Rogers, o Capitão América original, consegue derrubar quase todos os oponentes apenas usando suas habilidades em combate corpo a corpo.

Sua surpresa aumenta quando descobre que um dos vagões contém uma quantidade imensa de explosivos. Sabendo que o destino daquilo não pode ser bom, termina com os adversários e começa a pensar no que fazer com o que descobriu. Chegando ao maquinista, Dave, que havia sido seqüestrado por se recusar a se unir ao grupo, o Falcão fica aliviado por nem todos os locais pensarem da mesma forma.

Assim ele descobre o destino do trem (uma conferência de lobistas, alguns dos principais responsáveis pela atual crise econômica nos EUA, próxima a Las Vegas, Nevada), e que não há como pará-lo. Pior, o atentado seria apenas uma distração para um ataque mais terrível.

Em um avião de carga militar, feito prisioneiro e “devidamente” trajado, Bucky tenta desestabilizar o falso Capitão América, assim como descobrir seus planos. Vendo-se como o líder da “Verdadeira América”, como ele mesmo diz, o louco super soldado revela seu objeto: dar um sinal a todas as milícias extremistas como os Cães de Guarda ao redor do país de quem é esse líder. ELE. E pretende fazer isso destruindo um dos maiores símbolos da prosperidade dos EUA no século 20: a Represa Hoover, na fronteira do Arizona com Nevada; o que nos leva à quarta e última parte do arco.

É claro que, enquanto os Cães de Guarda invadem o local, Bucky tenta convencer o falso Capitão do quanto ele está errado, mas seus delírios e visão superficial e retrógrada são impenetráveis. Sabendo da fuga de Sam, Bucky se liberta, aproveitando-se do desconhecimento a respeito de seu braço mecânico, e começa a lutar.

Simultaneamente, o Falcão e Dave tentam evitar que o trem exploda na conferência, e para isso o herói usa um pouco de “persuasão” com o único Cão de Guarda ainda consciente. Usando o plano de fuga dos extremistas contra eles e ainda detonando os explosivos antes de seu destino, o Sam e Dave seguem para a represa.

Derrubando primeiro os “capangas”, Bucky finalmente fica frente a frente com o falso Capitão. Preocupado com a bomba, seus pensamentos também são ocupados com o passado de seu adversário. Não escapa de Barnes a ironia daquele homem acreditar estar fazendo as coisas certas, sendo sua loucura fruto daquelas mesmas substâncias que lhe transformaram em um super soldado.

Diante de um revés no meio da batalha, Bucky acaba ajudado por seu parceiro Falcão e pelo civil Dave, que chegam no momento certo (claro). Em uma história com claro tom “anti-terrorismo” e o uso costumeiro de medidas extremas por parte de determinados grupos (apesar da leitura ser um tanto simplista, mesmo para uma HQ), ainda assim ele tenta convencer aquele homem da loucura que está cometendo. Sem sucesso, ele se vê obrigado a atirar a queima roupa no falso Capitão América, que estava prestes a matar todos ali detonando a bomba sobre a represa.

Ele cai nas águas dezenas de metros abaixo, e seu corpo não é encontrado. Resignado com a morte do adversário, mas claramente abalado com sua triste trajetória, e entendendo que por pouco ele não se tornou algo igual, Bucky pretende ficar lá até que ele finalmente seja encontrado.